No Mercado Financeiro, Assim Como no Funk, é Cada Qual no Seu Quadrado
No passado, a Bolsa de Valores era emprego, hoje é trabalho. Para ingressar numa corretora ou gestora de fundos de valor já não basta apenas um simples QI (quem indicou).
Graduação, e até uma pós, quem sabe no exterior, são exigências para ingressar nesse mercado e atuar numa corretora ou gestora de fundos de valor.
Hoje, o que mais temos por aí são engenheiros, economistas, administradores e atuários por formação sendo elevados as plataformas como deuses pelos investidores.
Citam estudos, artigos e fórmulas desconhecidas de nós, pobres mortais, as quais tomaram conhecimento com seus mestres, sentados em bancos acadêmicos de bom porte, e difundidas de tal forma e com tal certeza que fazem todos querer se interessar em aprender.
No Brasil algumas instituições ensino, como a FGV e a PUC, tanto no Rio quanto em São Paulo tem se destacado em fornecer estes scholars, muitos com passagem como assessores de governo na área de economia, finanças e engenharia.
O mercado de capitais nas duas últimas décadas cresceu bastante, e se sofisticou de uma tal forma que alavancou a carreira desses jovens doutores de curriculos recheados com extensões. E o capital financeiro se tornou tão punjante, que levou o homem a abandonar a produção para se dedicar apenas a ganhar dinheiro investindo e lucrando em mercados por todo mundo.
Diante deste cenario, me espanta a quantidade de pessoas que se acham experts financeiros só por que frequentaram algum curso digital de um analista de mercado, ou um destes EADs de curta duração. Basta ter algum talento em comunicação para sair por ai a se arvorar como um doutor do mercado de capitais.
Saiba você investidor, que ao frequentar um desses cursos de formação com foco nacanaluse financeira, pode até lhe dar o arcabouço para se tornar um bom operador de mercado, ganhar dinheiro treidando, mas a ciência econômica caminha para muito além disso.
Envolve conhecimento da ciencia política, da filosofia, da psicologia das coisas e do homem, além do plug and play das ferramentas do mundo digital.
Tenho grande admiração por essa nova geração de gestores financeiros, que estão por aí a revolucionar as finanças do mundo, e guardo uma respeitosa distância nas minhas leituras, daqueles que, como eu, são apenas bons de papo.
Respeito todo e qualquer profissional em sua honestidade de propósito, mas confesso que se pudesse começar tudo de novo, primeiro ia estudar bastante, criar calo na bunda num banco de escola, até alcançar uma certificação CFA ( Chartered Financial Analyst), para só depois ficar sentado no sofá de casa ditando regras, diante de uma câmera plugada a uma tela de computador.
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