Via Varejo, o perfil dos sonhos

17/02/2019

POR QUE A VIA VAREJO AINDA NÃO É UM MAGAZINE LUIZA

Existe uma falácia na Bolsa, de que os casos de sucesso de uma determinada ação se repetem em igual intensidade com uma outra do mesmo setor.

Primeiro tem que ver a característica de cada uma, boa gestão e bom volume financeiro, estratégias de investimento, etc.

Muito se fala do sucesso das ações do Magazine Luiza (MGLU3), que subiu 8.000% nos últimos 3 anos. A ação chegou a valer incríveis R$ 1,00 em dez/2015, e no dia de hoje, com bolsa em baixa e o setor varejista sendo reavaliado pela conjuntura, é vendida a R$ 168,07, bem abaixo do preço de R$ 186,00 que alcançou em 02/01/2019.

Mas por que tamanho sucesso? Em 2015, com o aprofundamento da crise econômica, praticamente todas as ações da Bolsa viraram pó, e quem ousou arriscar investir em ações a partir dali, certamente não está arrependido. O governo perigava cair por um misto de incompetência e corrupção, com o escandaloso caso da Petrobrás, e a visão de que as soluções keynesianas não resolveriam mais nosso baixo crescimento, começou a se aprofundar.

Com a saída da presidenta e a confirmação de um novo governo em meados de 2016 tudo começou a ficar claro, tínhamos um rombo fiscal que precisava ser detido, e que uma das razões desse rombo se aprofundar, a previdência, precisava ser reformada.

Daquele momento em diante a situação das ações do Magazine Luiza começariam a mudar. Com inflação em queda, o que possibilitava uma bom ambiente de negócios, e investindo forte no conceito do varejo digital, aproveitou-se de uma oferta qualificada de mão de obra ocasionada pelo desemprego, para lançar um modelo de operação baseado na ação de "divulgadores", aos quais forneceu ambiente digital personalizado e boas comissões de venda.

O sucesso foi total, e angariou bastante simpatia para o papel junto ao grande público, e consequente junto ao mercado. Essas variáveis, senso de oportunidade e criatividade foram, para mim as principais razões da ação valer hoje esse preço, com um agregado de valor muito aquém do seu patrimônio liquido.

Então, meu amigo, se a ação, junto com o seu valor intrínseco, aquele dos bons fundamentos financeiros, não construir um modelo de negócios que atraia simpatia para ele, babau, a coisa não anda! E certamente isso não irá acontecer com a Via Varejo (VVAR3) da noite para o dia. 

Publicado em 11/02/2019 @tiozinhodabarbabranca

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